quarta-feira, agosto 01, 2007

Sem palavras-poema novo sobre raízes velhas




Fechei sobre os meus olhos 
e os meus ouvidos
com força, as minhas mãos
para que nem uma sensação
cruzasse o prenhe rio
do meu humano pensamento puro.
Com força fechei as minhas mãos
e me concentrei 
até eu já não ter mãos 
nem olhos nem ouvidos.
Então vieram até mim, 
não invocadas,
todas as virtualidades do ser
que algum dia merecerá o nome de homem.
Vieram e escreveram 
sem palavras,
estas palavras
que vos traduzi como pude:

SIM foi a única palavra que aproveitámos
do léxico abstracto dos nossos antepassados
mas concretizou-se.
Apesar disso subsiste a diversidade
e não é o tédio o nosso estado
mas uma perene e perfeita harmonia.

Geraldes de Carvalho

1  (de 24 ou 25 poemas) de imensa circunstância e muito pouco amor.

3 comentários:

Van disse...

Ai que eu já estava com saudades!!!!
Beijuca, querido e sumido amigo d'além mar!
Beijos daqui!

Alê Quites disse...

Eu adoro seus textos.
Beijos

Ana M disse...

c'est superbe!!, mon camarade! depois de tempos, eis que volto ao lugar de começo. belo poema,e agora vou ler tudo o que deixei enquanto chovia a chuva santa da purificação das almas pena(liza)das, eita vida... saudades de ti, bisou