Fechei sobre os meus olhos
e os meus ouvidos
com força, as minhas mãos
para que nem uma sensação
cruzasse o prenhe rio
do meu humano pensamento puro.
Com força fechei as minhas mãos
e me concentrei
até eu já não ter mãos
nem olhos nem ouvidos.
Então vieram até mim,
não invocadas,
todas as virtualidades do ser
que algum dia merecerá o nome de homem.
Vieram e escreveram
sem palavras,
estas palavras
que vos traduzi como pude:
SIM foi a única palavra que aproveitámos
do léxico abstracto dos nossos antepassados
mas concretizou-se.
Apesar disso subsiste a diversidade
e não é o tédio o nosso estado
mas uma perene e perfeita harmonia.
Geraldes de Carvalho
1 (de 24 ou 25 poemas) de imensa circunstância e muito pouco amor.
3 comentários:
Ai que eu já estava com saudades!!!!
Beijuca, querido e sumido amigo d'além mar!
Beijos daqui!
Eu adoro seus textos.
Beijos
c'est superbe!!, mon camarade! depois de tempos, eis que volto ao lugar de começo. belo poema,e agora vou ler tudo o que deixei enquanto chovia a chuva santa da purificação das almas pena(liza)das, eita vida... saudades de ti, bisou
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