Assim -com maiúsculas e tudo-:
AQUI VIVEU O GRANDE POETA GERALDES DE CARVALHO . TINHA UM METRO E SESSENTA E SEIS DE ALTURA E NÃO SABIA NADA DE NADA .
E aí vai também outro epitáfio que escrevi há muitos anos e coloquei agora no livro "Novos e velhos cantos"
Epitáfio para um herói
Nada,
nem frio nem quente;
água, ferro, cálcio, fósforo, etc.
à temperatura ambiente;
mas dele, nada...
Aos poucos decompõe-se.
Cada elemento é o que é:
Os gases são gases
e se se movem, vento
-pai do som,
filho que as prenhes velas têm dentro -
Água é água
e se se move, rio
-ar de peixe,
rua de navio -
Sal é sal,
fogo que abrasa o mar
-nem toda a água do mundo
o poderá apagar -
O ferro é ferro,
cristaliza,
impurifica,
é purificado,
malhado,
moldado,
para carris,
para panelas,
para desenhar nas forjas
perfis de estrelas...
Eu sei lá, é ferro.
Quanto ao fósforo
ser indeciso,
amorfo,
assim...
Presa da combustão
-frio a querer ser clarão-
é fósforo, enfim.
Não terá muita aplicação
mas é importante
-não para ele,
para mim-
Mas dele, nada.
Geraldes de Carvalho
de "novos e velhos cantos " Évora o6 -este era dos velhos cantos
4 comentários:
Hermano
esta ustéd un poco "bajoneado" segùn parece.
Si conversamos de epitafios, el que más me ha gustado siempre es el de Groucho Marx, que puso
"Disculpe que no me levante"
Un genio el tipo
Saludos amigo
Senén
Quem me dera, um dia vir a merecer um epitáfio assim.
gostei demais dos epitafios, Geraldes. Mas tambem - gosto do que vc escreve. Parabens!
Dalva
vou pôr algo assim:
fui-me, mas gostava do filme!
besos
Enviar um comentário