Tu Platão, meu amigo
meu companheiro
velho
que vislumbraste o mundo
cheio de sombras
do fundo da caverna
-e aqui ainda estás-
tu que trataste Dionísio como teu discípulo
mas era o teu captor,
tu que três vezes, três,
insististe em educar Siracusa
e das três vezes falhaste
permanecendo sempre
o educador
-sei bem que tu pensavas
em nós, quando dormias-
diz-me lá, meu sábio
amigo,
o que é que pensarias
se não tivesses visto sombras,
nem nada
como eu(não) vejo.
Porque quero saber
o que pensar.
Geraldes de Carvalho
de 30 poemas de muito amor e alguma trivialidade
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